sábado, 4 de fevereiro de 2012

Devoção a Kwan Yin






Mundo do Budismo e meio ambiente

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Será que o Budismo tem algo a oferecer aos não-budistas sobre meio ambiente? Os estudiosos sobre essa religião mostram que ela oferece grande contribuição, não apenas espiritual, mas, também ao mundo dos negócios, principalmente nessa época que a produção e o consumo devem ser ecologicamente corretos. Executivos do mundo corporativo global utilizam preceitos budistas para uma vida melhor, meditativa, com qualidade de vida, postura que contribui na reavaliação do papel do mundo competitivo nas lutas ecológicas, principalmente nas 
questões atuais ligadas a sustentabilidade.


Foi a partir do ambiente Hindu do Século VI a.C que um novo movimento religioso começou a influenciar a sociedade indiana: o Budismo. O líder dessa significativa religião, Siddhartha Gautama, um jovem guerreiro que pertencia à alta classe social, renunciou tal reconhecimento para alcançar a iluminação, vindo a se tornar Sakyamuni, o iluminado da tribo dos Sakyas, a quem pertencia. Daí se manifestou o Buda e toda a tradição conhecida secularmente e adaptável a diferentes culturas, expandidas a partir da Índia para o China, o Japão e o resto do mundo.


Filho do governante do reinado Sakya, rei “Suddhodana”, nas planícies de Terai, no Nepal, região de rica colheita de arroz naquela época, mesmo antes da Iluminação, ao renunciar o principado, Gautama teve grande convivência com a natureza, durante as práticas ascéticas brâmanes, na floresta, período em que se alimentava apenas de grãos e convivia com os animais, embora descobrisse depois que tais práticas não eram adequadas à liberdade espiritual.


Quando Sakyamuni alcançou o despertar do “Caminho do Meio”, estava embaixo da árvore Bodhi. E após longo período de propagação da verdade, já de idade avançada, ele recuperava as próprias forças nas montanhas para recomeçar a viagem de peregrinações, até a despedida dele deste mundo, o que ocorreu também embaixo de duas árvores, numa cama improvisada, ao completar 80 anos. Uma lenda budista afirma que “as duas árvores sala gêmeas transformaram-se em flores, desabrochando fora da estação, se depreenderam e caíram, espalhando-se e cobrindo todo o corpo do Buda.”




O Budismo foi a primeira religião mundial e a primeira a transcender as fronteiras da língua, os padrões de relacionamento familiar, as estruturas políticas, as áreas culturais e geográficas. Essa é uma consideração do estudioso, Lewis Lancaster, autor da obra Buddhism and Ecology. Segundo ele, o Budismo tem condições de oferecer um “modelo para uma era de contatos internacionais entre as pessoas de diferentes formações e histórias culturais”.


Segundo Lancaster, o Budismo, mesmo sendo uma religião tida por muitos como específico para assuntos espirituais e mentais, é um guia importante na parceria com os comerciantes. Conforme apresenta o estudioso, trata-se de uma religião de comerciantes desde o início, fator que contribuiu também para o crescimento dela. Ela passou a existir não como uma tradição limitada à selva, mas como parte do crescimento urbano.


Buda falava para homens comuns e para reis, ele também recebia doações dos comerciantes e teve como um dos mais importantes colaboradores, Anathapindada, que era muito rico e benevolente, foi quem doou uma área com árvores para Buda e seus companheiros, local em que se tornou o primeiro monastério da ordem Budista. Vimalakirti, tido como o adepto ideal, foi outro cidadão rico contribuinte. Embora surgido no vale do Ganges, a percepção local da natureza pela cultura local era diferente nos tempos budistas iniciais.


No entanto, foi na China, conforme os estudos de Lancaster, quando chegou o Budismo, que a natureza começou a ser vista numa forma mais profunda na relação com o homem, embora os chineses já tivessem uma valorização sobre ela. O Budismo conseguiu fornecer a eles uma forma importante de lidar com o meio ambiente. A partir daí foi revolucionado o conceito de natureza búdica, com a percepção de que objetos, coisas sem sentimentos, como a rocha, a árvore, a flor, a montanha, a neve, a água, tudo possuía natureza búdica. Essa ramificação se estendeu além da religião, permeou também pela literatura e pela arte. A partir do Budismo chinês fortificou-se também a visão de que a natureza é curadora.


No clássico budista Bodhicharyavatara, o “Guia para o Modo de Vida do ser desperto” do mestre erudito indiano Shantideva, século VIII, foi compilada a seguinte reflexão: “Quando você joga fora seu cuspe e escovas de dente, deve escondê-los bem, longe da vista. Despejar lixo nos espaços comuns e no sistema de água causa doenças”.


A noção de paz, de tranqüilidade e do espírito de harmonia do homem com a natureza, talvez seja a maior contribuição transmitida pelo Budismo para a época atual, no corre-corre moderno como reflexão e repensar na relação estabelecida com o meio ambiente. Diz o Dalai Lama: "É triste passar pela vida causando problemas a outras pessoas e ao ambiente". No próximo artigo, a visão do Islamismo sobre o mundo natural.


Artigo de Jair Donato


Fonte : www.domnato.blogspot.com 

Mãe da Cura Kwan Yin, Kuan Yin, Kannon, Gua yin


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Mãe de Misericórdia, Mãe de compaixão e de cura, homenageia aqueles que delineiam as características da chinêsa amada Deusa Kuan Yin, ou. Guanyin
Guanyin (ou Gunanshinyin) é no  Budismo Chinês tornou-se Avalokitesvara, o Bodhisattva da Compaixão.
A transição de homem para a figura feminina de forma muito significativa.
Ela é "aquele que ouve os clamores do mundo", que livva de sofrimento. 
Uma vez ela disse ao Buda: "O homem devoto, se o conjunto de número infinito de miríades de seres que estão sofrendo neste momento ouviu o nome de Guanshiyin bodhisattva e invocou o seu nome estaria livre de todo sofrimento.
Budistas reverenciam assim como Bodhisattva da Compaixão, mas sua figura ainda pertencem também ao taoísmo, que é a Deusa da Misericórdia. 
Ela também é conhecida como Quan Shi Yin, Kuanyin, Am Quan'rsquo (Vietnã), Kannon (Japão), e Kanin (Bali). 
Mito :

Diz a lenda que Kwan Yin era a filha de um homem rico, que aspirava a ela um casamento de conveniência, projetado para aumentar o seu prestígio social.
Na esperança de atingir a iluminação espiritual, a doce Kwan Yin desobedeceu seu pai, encontrando refúgio em um templo, onde desde o início tem sido apreciado por sua disposição gentil e caridosa. 
No entanto, tal era a raiva de seu pai por causa do gesto feito por ela, que o homem fez de tudo para a matar. 
Em virtude das boas ações durante sua curta vida, Kwan Yin abriram as portas do Céu, onde ele estaria esperando a eternidade. 
Mas quando se preparava para atravessar os portões do Céu, Kwan Yin ouviu um grito crescente abaixo.
Era o grito de uma pessoa que sofreu na Terra, o grito de alguém em necessidade de sua ajuda. 
Naquele exato momento, ela prometeu não abandonar o mundo dos homens, desde que todos, sem exceção, estivessem no auge da agonia e dor.
Após essa promessa, Kwan Yin, foi transformada em uma deusa. 

Hoje, a deusa Kwan Yin é o grande objeto de adoração, a ela é dado o poder de curar os que sofrem no corpo e no espírito, protegendo as mães e as crianças também reduzindo o desespero, e até mesmo os marinheiros capturados pela tempestade.
Tradução livre do italiano :Silvia Montone

Kannon Bosatsu, a Deusa da Misericórdia.

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O preletor Toshiyuki Fujiwara certa vez orientou assim uma senhora que tinha um filho com enurese:
"É o sentimento de insatisfação que a senhora possui no fundo do coração que se manifesta nele e a faz sofrer". Na verdade, ela casara obrigada e nunca se sentira feliz pelo casamento. Foi uma orientação rápida, pois o trem do Sr. Fujiwara já estava partindo. A senhora apenas respondeu: "Entendi perfeitamente". Na próxima visita do preletor o menino estava completamente curado.
(Fujiwara, Você será salvo infalivemente, p.165)

Assim, nossas vibrações mentais "evaporam" como a água, formam "nuvens" no mundo mental e se precipitam sobre nós como a chuva.

Uma verdade “invisível” recebe diferentes nomes de acordo com as diversas tradições. No Budismo Mahayana, Avalokiteshvara, ou Kanzeon Bosatsu em japonês, é o Bodshisatva da grande compaixão (Kuan Yin no budismo chinês).
Na Sutra Kanzeonbosatsu Fumonbongue, está escrito:

A sabedoria do sol destruindo as escuridões,
Controlador de tempestades e incêndios,
Que ilumina todo o mundo!
(tradução: Monja Coen Sensei)

Um dos aspectos mais perturbadores, para os Ocidentais, na mitologia hindú é o aspecto negativo e destruidor da deusa Sakti, energia ativadora do princípio divino, personaficado na deusa bebedora de sangue Kali. Diz o devoto de Kali, Shri Ramakrisna:

"Minha Mãe (...) a Corporificação de Brahma ... Ela emana ese mundo e então impregna-o... Através de sua maya, os habitantes do mundo se envolvem com 'mulheres e ouro' e, novamente, por sua graça, eles conseguem a libertação ... ela é cheia de graça."
(apud CAMPBELL, As Máscaras de Deus, Mitologia oriental, São Paulo: Phalas Athena, 1994, p. 137).
Isto porque o Ocidente fez uma divisão rígida entre matéria e espírito e entre Bem (Deus) e mal (homem, demônio).

No livro “Interpretações da Sutra Sagrada”, o Professor Taniguchi fala que foi Kanzeon Bosatsu que, aspergindo a "Chuva de Néctar da Verdade" o inspirou a criar a Seicho-No-Ie. No livro “Explicações Detalhadas da meditação Shinsokan” existe a Meditação Renge Nippo Oji-kan em que repetimos:“ a matéria não existe, a mente não existe, o corpo não existe... eu próprio sou Kanzeon Bosatsu”.

Isso porque, afirma o Mestre, Kanzeon Bosatsu é “o princípio de que o mundo se manifesta exatamente como o contemplamos”. (idem)

Assim vamos entendendo que o mundo é concretização de nossos pensamentos, tecido com os fios da mente, e não uma existência sólida, imutável e limitada.
O Mestre nos diz que “A forma é manifesta por meio de ondas ou vibrações.” (Você pode Curar a Si mesmo, p. 251)

(Kanzeon significa "contemplar" ("kan") os "sons do mundo" ("zeon") ou seja concretizar de forma visível as vibrações mentais das pessoas”. Percebendo os sofrimentos e agressões refletimos que ainda não fomos capazes de reverenciar a Realidade Perfeita no interior de todos os seres e mentalizamos essa perfeição. Transcendendo a aparência ilusória vemos o filho de Deus perfeito no interior, e ele se concretiza.

“Aquilo que pensamos internamente manifesta-se externamente; aquilo em que acreditamos projeta-se no mundo exterior; aquilo que falamos aparece no próximo”- diz o Mestre na oração para Louvar Kanzeon Bosatsu, na Sutra Sagrada "A Verdade em Orações".

Se eu creio que o mundo é um lugar de conflitos, atraio pessoas agressivas. Se eu não me considero uma pessoa importante, tomo atitudes que me levam ser dominado por outras pessoas. Se não acho que sou importante, odeio meus pais, que me colocaram no mundo e agrido pessoas em situações de comando, atraindo desgraças para minha vida. Se acho que não mereço o amor sou atraído para situações de relações passageiras, insignificantes ou estressantes.

Se acredito que a felicidade vem do acúmulo de matéria, acabo esquecendo meus familiares, amigos e perturbando minha saúde por excesso de trabalho. Se não percebo minha própria grandiosidade me comporto com arrogância, atraindo desprezo e compaixão. Se penso que não sou inteligente não exponho meus pontos de vista e talentos e não consigo empregos adequados. A maioria de nós se vê como um pobre homem material, lutando contra a adversidade e constrangido ao pecado da carne, atraindo auto-punição.

A psicanálise lacaniana trata a mesma questão da seguinte forma: por que me submeto a certas situações- de dependência, humilhação ou disputa; qual o desejo oculto nesses envolvimentos em que me coloco?

Se minha mente vibra com a freqüência da carência, atraio e concretizo situações de carência. As crenças mais profundas como “meus pais não me amam” ou “é difícil vencer na vida” atraem situações da mesma freqüência. Isso ocorre conforme o princípio da atração de vibrações semelhantes, como nos diz o Mestre:

“A mente é uma espécie de onda vibratória espiritual. Portanto, da mesma forma que as ondas emitidas por um televisor atraem e captam programas de emissoras da mesma freqüência a nossa vibração espiritual atrai e concretiza ambientes, circunstâncias e condições da mesma freqüência. Assim é que traçamos nosso destino. (...) Contemplar unicamente a Imagem Verdadeira. Fitar unicamente a perfeição da Imagem Verdadeira. Não deixar a mente se abalar pelos acontecimentos do mundo fenomênico.” (Livro “Convite à Prosperidade-2”, p. 63.)

As pessoas gostam de repetir, sobre uma pessoa má: "esse é teu Kanzeon Bosatsu", ou criticar uns aos outros valendo-se desse conhecimento: "Viu, você é mau, por isso atraiu alguém mau". Torna-se um ciclo de julgamentos e críticas, uns dizendo aos outros:“você julgou o outro”! Ou acabam anulando qualquer melhora, pois afirmam com superficialidade “tudo está certo”.

Assim manifesta-se somente um inferno de pessoas que se dizem ser estudiosas da Verdade, e jamais um Movimento de amigos, tentando esforçar-se para manifestar seu Eu Real. Algumas vezes também as pessoas nos agridem porque trouxemos a elas uma “Verdade” muito profunda e explodem seus carmas armazenados... (Reconstruindo a Vida Humana, cap. 11)

Já que “o fenômeno que enxergamos é efetivamente o pensamento materializado, uma co-produção do Pensamento de Deus com o pensamento humano", este mundo não se apresenta perfeito, e se nunca tomarmos uma posição e deixarmos o mal agir livremente não estaremos manifestando Deus, mas confundindo a treva com a luz. O Mestre também nos fala:

"Devemos renunciar ao nosso ego e nos entregar totalmente a Deus, mas isso não significa que devemos fazer o mesmo em relação ao ego das outras pessoas... Se não assegurarmos desse modo nossa liberdade individual e autônoma, estaremos nos reduzindo a pobres animais destituídos de caráter...dominados por alguém que possua forte ego (um ego violento, sem vínculo nenhum com Deus) Reconstruindo a Vida Humana, p. 188)"

E ainda:
“Permitir a existência do mal acreditando na realidade dos fenômenos malévolos, não é reconciliação, mas concessão. Devemos nos reconciliar, porém não devemos fazer concessão”. (“Interpretações da Sutra Sagrada”, p. 85).

Entretanto, como, neste mundo fenomênico nos deixamos levar pelas nossas paixões e carmas do passado, temos de ter sabedoria para não ir além do necessário. O amor é o mais importante, pois mesmo se estivermos corretos, sem compreensão pela fraqueza do outro, estaremos sendo mesquinhos. Se atraímos pessoas agressivas é porque havíamos agredido alguém no passado, acumulando causas cármicas: quem nos agrediu desfez nosso carma, portanto, nos libertou. (A Verdade da Vida, vol. 21, p. 128)

Todos podemos cometer erros quando nos deixamos influenciar pela mente coletiva da humanidade ou explodem os conflitos ocultos de nosso corpo astral. Cada atitude têm uma lógica e a maioria das pessoas não age de má fé, mas por ignorância.

A melhor maneira para não confundirmos concessão e reconciliação é efetivarmos a meditação Shinsokan, unirmo-nos à Sabedoria divina, e mentalizar, sobre a pessoa ou fato que nos agride:

"Na essência, você é natureza verdadeira Harmonia e perfeição; é bondoso e sincero e vivemos em plena harmonia."

A Deusa de Misericórdia nos faz perceber que devemos ajustar nossa sintonia mental, contemplando a perfeição interior das coisas, pessoas e fatos. Muitos são os adeptos que pensam estar "iluminados" porque intelectualmente sabem que são "filhos de Deus", mas como continuam a ser egoístas, agresivos e intolerantes em nada evoluíram.

Na medida em que vemos os fenômenos errados (por exemplo, a pobreza), percebemos que ainda temos crenças incorretas e refletimos: "Eu pensava que era pobre, mas sou um com a Vida de Deus que preenche o Universo, já tenho riqueza infinita e tudo vem a mim de forma perfeita. Perdoe-me Deus por não ter visto o Jisso."

Assim conseguimos verdadeiramente transcender o mundo material e visualizar o mundo onde já está realizado aquilo que desejamos, elevando nosso espírito.

Quando recebemos uma agressão pode ser que nossa energia tenha lançado uma espécie de granada da verdade nos carmas acumulados da pessoa, que se sente sacudida por uma força que não compreende (reconstruindo a Vida Humana, cap. 11) ou ainda estamos sendo libertados do acúmulo de causas cármicas em nossa mente (havíamos agredido alguém no passado) (verdade da Vida, vol. 21).

Devemos nos esforçar com afinco em ler a Coleção A Verdade da Vida, praticar a Meditação Shinsokan para unir-mo-nos a Deus onipresente no Universo e desenvolver uma postura de amor e atenção para com todas as coisas, manifestando assim naturalmente a melhora do ambiente como reflexo de uma mente purificada. Só assim atrairemos amigos e veremos um mundo de paz se concretizar.

Fonte:ferreiradelima.blogspot.com

Poder e Presença de Kannon


Kannon pintada por Meishu Sama



Avalokitesvara em sânscrito. De acordo com a origem do nome, é uma divindade tanto masculina, quanto feminina que, observando todas as leis regentes do Universo, salva livremente os povos. Dessa forma, quando seu nome é pronun­ciado, prontamente vem em socorro daquele que O invocou. Dependendo do auxílio solicitado, pode manifestar-se de forma diferente em qual­quer parte do mundo. É reverenciado desde tem­pos remotos especialmente no mundo oriental. Sempre responde às necessidades imediatas, quer dizer, àquilo que o ser humano está, de fato, preci­sando no momento. 
Kanzeon: o mesmo que Kannon. Na verdade, é uma das denominações de Avalokitesvara.
 Poder de Kannon
              Myochi            
Desde antigamente, ouve-se falar do poder de myochi, parte integrante da potencialidade divina de Kannon. Nota-se também nunca ter sido mencionada em palavras claras a força de Amita, divindade lunar, a mais importante do mundo búdico, durante a Era da Noite. Da mesma forma, nunca se fez referência específica aos prodígios de Sakiyamuni ou de Dharma[1], fundadores, respectivamente, do Budismo e do Zen-budismo.   É, pois, bastante misterioso que a expressão "poder de" esteja relacionada somente a Kannon. Deve haver, portanto, alguma razão divina muito especial para que assim aconteça. Além disso, não existem quaisquer documentos nem relatos da tradição oral explicando o porquê da expressão "poder de Kannon".            
Eu mesmo há tempo, tinha dúvidas com respeito a essa questão; porém, à medida que fui aprofundando a minha fé, comecei a entender corretamente a lógica de Deus; por isso, quero agora esclarecer este assunto a vocês todos.  
Também permanecia com outra dúvida relacionada a Bodhisattva Kannon. Sempre as pessoas me perguntavam se era uma divindade masculina ou feminina. De fato, manifesta-se, ao mesmo tempo, como homem e mulher, numa dualidade inseparável intimamente relacionada ao poder que possui.

            Significado do poder de Kannon
              Desde a antiguidade, sabe-se da existência de duas forças distintas, yang(homem) correspondente ao fogo que queima verticalmente; yin (mulher), relacionada à água que corre horizontalmente. Durante toda a Era da Noite, ambas essas tendências permaneceram separadas; agora chegou o momento de elas se unirem através do cruzamento da verticalidade com a horizontalidade, formando uma cruz. O que Eu estou dizendo significa a transformação do mundo da Noite para o Dia, em conseqüência do aumento de intensidade da Luz, resultante da fusão de fogo e água. Assim, então, quanto maior for a quantidade de kasso (fogo) mais forte será a luminosidade; por isso Eu afirmo que no mundo do Dia, devido ao aumento da quantidade de kasso, a Luz fica mais potente.
              Da mesma forma, quando Bodhisattva Kannon transforma-se em Komyo Nyorai, está, de fato, manifestando o ponto de cruzamento entre o vertical e o horizontal, de onde surge a verdadeira força da da Luz de Deus (= poder de Kannon). 
            É interessante também analisar o ideograma que simboliza poder. Nele, a linha horizontal cruza ao meio com a linha vertical; depois dobra à direita e, repentinamente, dispara em direção ao alto.
Significado: no ponto de cruzamento surge uma força que vai girar da esquerda para a direita, como os ponteiros do relógio.             Esse ideograma contém, portanto, o sentido profundo de tudo que acabei de lhes dizer.              Verdadeiramente, então, somente Bodhisattva Kannon possui a dualidade - vertical, horizontal - cuja união gera a poderosa força da Luz de Deus.  O costume de recitar, repetidas vezes, em forma de prece as palavras "Nenpi Kannon Riki..." (poder de Kannon...) está fundamentada nesse mesmo princípio, qual seja, o aspecto dual da essência divina de Kannon.    
Transformação de Bodhisattva Kannon em Komyo Nyorai
               Bodhisattva Kannon, depois de transformar-se em Komyo Nyorai, manifestou-se como Miroku, com um poder trino: de fogo, de água e de terra.              Conforme já falei antes, a Luz resulta da união do fogo e da água. Entretanto, somente a junção desses dois elementos limitaria o trabalho de Kannon deixando-o restrito ao espírito. Com o acréscimo da terra[2], entra também a ação do corpo físico; como conseqüência, manifesta-se aquele poder trino representado pela Bola de Luz denominada mani cujo significado é força capaz de realizar todas as vontades.
            Miroku pode, por isso, ser entendido como cinco, seis, sete (5, 6, 7) em que cinco (5) corresponde a fogo, seis (6) à água e sete (7) à terra.
        Simpatia por Kannon
  Freqüentemente as pessoas, tanto de fora, quanto adeptos querem saber se, para chegar ao nível de Grande Mestre, Eu tive, desde o início, uma fé bastante fervorosa em Kannon. Já se tornou um hábito todos me fazerem idêntica pergunta.  
Maior surpresa lhes causo, porém, ao responder-lhes que Eu não tinha fé alguma em Kannon, mas apenas Lhe devotava uma simpatia muito especial pelo fato de apresentar feições sere­nas, aparência atraente e delicada, mostrando-se, ao mesmo tempo, uma figura pomposa, cheia de graça e perfeição. É sempre dessa forma que Kannon se apresenta, sendo também assim reverenciado nas várias tendências do Budismo. Permanece, contudo, acima de todas elas, sem tomar nenhum partido.
  
            Presença de Kannon
  Eu me surpreendi bastante ao saber que o espírito de Kannon está constantemente ao meu lado e, também pelo fato de, a partir dessas informações, inúmeros milagres terem começado a ocorrer na minha vida, todos eles relacionados a Kannon. À medida que o tempo adequado for chegando, anunciarei aos poucos tais manifestações prodigiosas. Uma dessas ocorrências extraordinárias a mim relacionadas foi o conhecimento de que a essência de Kannon é Izunome no Kami. Fiquei sabendo também mais estas particularidades: num determinado período, visando à salvação da humanidade, Izunome se manifestou camuflado em Kanzeon Bosatsu; mais tarde, retornaria ao mundo divino, para ocupar o seu trono original. Pelo fato de Kannon ter permanecido ao meu lado desde 1925, acompanhando-me de perto, comecei, a partir daí, a tomar conhecimento de diversas verdades sobre o presente, o passado e o futuro. Ele também me ordenava o cumprimento de alguns planos sem explicar-me com detalhes o porquê de suas determinações. Dispunha, então, livremente do meu corpo para pôr em prática o trabalho de salvação da humanidade.  Kannon ainda continua me utilizando como veículo para concretizar o plano de Deus. Por essa razão, posso afirmar que hoje sou um Grande Mestre não pela minha fé em tão poderosa Divindade, mas pelo fato de ser usado por Ela como instrumento em prol de um grande trabalho de ajuda a todos os meus semelhantes.  
Na verdade, sou um substituto de Kannon no mundo. Ele, entretanto, age como dono e senhor; dispõe de mim da maneira que melhor Lhe aprouver, sem que Eu tenha a liberdade de decidir sobre o que e como fazer. Simplesmente manifesta, através de mim, o poder de Sua misteriosa sabedoria (myochi), sem obstáculos nem limites. Por isso, sob esse ponto de vista, Eu não desfruto daquela autonomia segundo o conceito das pessoas comuns. Em compensação, usufruo plenamente da Grande Liberdade compartilhada apenas por aqueles que se submetem à inteira vontade de Deus. É um estado peculiar da minha alma, difícil de ser traduzido em palavras e, por isso, a maioria das pessoas não tem capacidade nem para imaginar como esses fenômenos acontecem.
 Relacionamento com Kannon Como há muita gente interessada em saber qual é a relação entre mim e Kannon, a partir de agora vou explicar. Comecei a seguir a religião Oomoto em 1918, mas, devido a certas circunstâncias, afastei-me durante um período de mais ou menos cinco anos.  Em 1923, retornei. Cerca de seis meses mais tarde, fui procurado por um topógrafo desejoso de informações sobre a Oomoto que, na época, se expandia rapidamente. Em meio à conversa, olhando-me fixamente no rosto, perguntou-me se a doutrina tinha alguma ligação com Kannon.  Respondi-lhe negativamente dizendo-lhe que a Oomoto era xintoísta e Kannon, budista. Insistindo no assunto, afirmou O estar vendo à minha direita. Na verdade, como o topógrafo possuía a faculdade da vidência, a sua visão espiritual se abriu naquele momento e ele foi capaz de perceber a presença de Kannon ao meu lado. A seguir ainda me disse tê-Lo visto me acompanhar quando me levantei para ir ao banheiro; voltou depois junto comigo e permaneceu sentado próximo a mim.  Para ter certeza, pedi-lhe mais alguns detalhes e ele respondeu que a Divindade estava de olhos fechados; o rosto e o corpo eram exata­mente iguais aos dos desenhos ou esculturas. Após esse nosso primeiro encontro, sempre que o topógrafo pensava em vir à minha casa, Kannon lhe aparecia repentinamente.  Ao saber desses fatos, fiquei um pouco intrigado, pois, até então, jamais havia imaginado me devotar a Kannon. A partir daí, começaram ocorrências misteriosas que me levaram a admitir uma ligação mais íntima entre Kannon e mim.  Certo dia, um dos membros da Oomoto disse ter visto uma espécie de remoinho acima da minha cabeça, no centro do qual estava Kannon trazendo às costas uma cruz.  Naquele momento, não me fora possível entender o significado de tão estranha visão. Logo depois, contudo, fui vítima de uma séria perseguição religiosa que me causou enorme sofrimento. Compreendi assim o sentido da vidência: Eu fora colocado no meio de um tufão e deveria enfrentar uma luta bastante renhida.  Cerca de três meses mais tarde, várias divindades começaram a manifestar-se por meu intermédio, entre elas, Izunome, a essência de Kannon. Foi Ele quem revelou que Eu seria usado como instrumento para realizar a grandiosa missão de salvar a humanidade.  


[1] Dharma (ou Daruna em japonês), missionário budista indiano. Pregou o Zen-budismo na China em 526.
[2] Esse elemento terra é representado pelo corpo de Meishu Sama.


Ensinamento de Meishu Sama: Kannon e Eu

Narihira (homem bonito)  Kannon  pintada em 1937 por Meishu Sama

Kannon e Eu
Há muita gente interessada em saber qual é a relação entre Kannon e eu. É o que passarei a explicar.
Comecei a frequentar a seita Oomoto em 1918 mas, devido a certas circunstâncias, afastei-me durante um período de quatro ou cinco anos.

Em 1923 retornei. Cerca de seis meses mais tarde, fui procurado por um topógrafo. Ele queria informações sobre a doutrina Oomoto que, na época, se expandia rapidamente. Em meio à conversa, olhando fixamente para o meu rosto, ele me perguntou: "A doutrina Oomoto tem alguma ligação com Kannon?
" Não – respondi – porque a doutrina Oomoto é xintoísta e Kannon é Boddhissattwa; portanto, não existe nenhuma ligação".

"Mas à sua direita estou vendo Kannon em tamanho natural", insistiu ele. Isto significa que naquele momento, a sua visão espiritual se abriu.

Há pessoas que além dos cinco sentidos, possuem dons espirituais e recebem inspiração. Essas pessoas são videntes e enxergam espíritos no mundo espiritual. Era o caso do topógrafo que me visitava. Ele possuía a faculdade de vidência e viu Kannon.

"Há pouco – prosseguiu ele – quando o senhor se levantou para ir ao banheiro, Kannon foi atrás. E quando o senhor voltou e se sentou, Kannon, no mesmo instante, também se sentou.
Quando lhe pedi mais detalhes sobre Kannon, ele respondeu: "Kannon está de olhos fechados. Seu rosto e seu corpo são exatamente iguais aos dos desenhos ou esculturas".
A partir de então, sempre que ele pensava em vir à minha casa, Kannon, aparecia repentinamente diante de seus olhos.

Quando ele me contou esses fatos, fiquei intrigado, porque então eu jamais havia pensado em me devotar a Kannon. Mas depois desses eventos, comecei a achar que eu tinha alguma ligação com Kannon. E então começaram a ocorrer coisas misteriosas.
Um dia, um dos membros da seita Oomoto me disse que via uma espécie de remoínho acima da minha cabeça, no centro do qual estava Kannon. E nas costas de Kannon havia uma cruz. No momento não entendi o significado dessa visão. Mas logo depois fui vítima de uma grande perseguição religiosa, o que me causou profundos sofrimentos. Entendi então o que significava a vidência: eu fora colocado no meio do remoínho e tivera de carregar a cruz.

Cerca de três meses mais tarde, várias divindades – deuses e budas – começaram a manifestar-se por meu intermédio, entre eles o deus Izunome, que é a essência de Kannon. E Izunome anunciou-me a minha missão: meu corpo físico seria usado por Kannon para a grandiosa tarefa da salvação da humanidade.
Izunome acrescentou que 2.600 anos atrás, na época em que Sakyamuni nasceu, Kannon morou na montanha de Hodaraka, na índia, onde ensinou o caminho da salvação como Kanjizai-bossatsu.
Tudo isto é extremamente interessante e será esclarecido por mim quando chegar o devido tempo.
Agora vou relatar um fato interessante sobre Kinryuzin, o Dragão Dourado, que é o protetor de Kanzeon Bossatsu.

Não tenho certeza da data exata, penso que foi no dia 19 de abril, quando a seita Oomoto celebrava o seu grande festival da primavera. O líder espiritual da Oomoto, Onissaburo Deguchi, ia oficiar um culto no templo xintoísta da localidade onde nasceu o fundador da Oomoto, e eu ia participar do culto. Entre a cidade de Kameoka e o templo havia uma distância de aproximadamente 8 quilometros, que percorri de automóvel, juntamente com um membro da seita Oomoto que tinha um nome interessante: Kamimori ( que significa " protegido de Deus"). No momento da partida, a esposa de um deputado federal, o Sr. Shiga, que acabara de chegar do Estado de Saytama ( ao norte de Tóquio), pediu carona para ela e o marido.

O carro partiu e eu pensei: há algo estranho no nome Shiga. A lagoa Shiga também é chamada de lagoa Biwa. Deve haver alguma relação entre o lago Shiga e o culto de hoje.
Depois do culto mestre Deguchi dirigiu-se imediatamente para a lagoa Shiga, à beira da qual havia, naquela época, um famoso restaurante cujo nome esqueci, de propriedade de um adepto da Oomoto. No dia seguinte, dia 20, Deguchi, antes de voltar para a sua casa, escreveu quatro ideogramas no restaurante: " A água da lagoa se enfurece e sobe até o céu".

No dia 21, uma forte tempestade desabou misteriosamente sobre a lagoa Biwa, chegando a afundar 47 barcos pesqueiros. O fato foi noticiado pelos jornais da época.
Segundo a revelação que recebi, a causa da tempestade foi a seguinte:

O Dragão Dourado, que é protetor de Kanzeon Bossatsu, estava mergulhado há milhares de anos no fundo dessa lagoa. No momento em que o Dragão Dourado ia subir para o céu, o Dragão Vermelho ( a Bíblia diz que Satanás é o Dragão Vermelho), que estava aguardando a sua emersão das águas, veio voando para derrubar o Dragão Dourado. Sobre a lagoa foi travada uma grande batalha, até a vitória do Dragão Dourado e a derrota do Dragão Vermelho, que fugiu para o norte. Foi essa batalha que causou a tempestade e o vendaval.

Um mês mais tarde, por volta do meio-dia, desabou um vendaval em Tóquio, onde eu morava na época e, a partir daquele momento, o Dragão Dourado tornou-se o meu protetor.

Três meses mais tarde, na primavera de 1932, um jovem que eu não conhecia, adepto da doutrina Oomoto, me procurou acusando-me de estar causando grandes problemas no interior da seita.

" O senhor está fazendo Ohikari (talismãs) – a coisa mais importante dentro da Oomoto – e distribuindo-os aos membros", gritou ele. " Isto é uma profanação. Não posso deixar vivo o autor de tamanha heresia. Em nome da Oomoto, se o senhor não parar de fazer Ohikari eu vou matá-lo. Sacrifico a minha vida, mas tiro a sua vida". Ao proferir estas palavras, sacou uma pequena espada do bolso e a cravou no tatami.

Seu rosto e seu pescoço estavam tão vermelhos, que ele não parecia uma pessoa normal. Os olhos estavam vermelhos, injetados, e faiscavam. Naquele momento, tive a intuição de que o Dragão Vermelho se havia encostado no jovem e viera para me destruir. Assim, o Dragão Vermelho, usando um ser humano, viera desafiar o Dragão Dourado.

Decidi então que não me deixaria derrotar por Satã. Eu havia sido autorizado a fazer Ohikari pelo próprio mestre Deguchi e me recusei terminantemente a atender à exigência dele.

De repente, no momento em que estava prestes a cometer o assassínio, a cor de seu rosto mudou. Ele se agachou e começou a gemer agoniado. Perguntei-lhe o que estava sentindo e ele respondeu que sentia uma dor de barriga insuportável.

"Fique deitado, vou curá-lo" disse eu. Comecei a ministrar Johrei e ele melhorou imediatamente.
Depois disso, sua atitude mudou completamente. Acalmou-se e me pediu que o acompanhasse, no dia seguinte, à sede da Oomoto em Kameoka, Kyoto, para falar com mestre Deguchi, este falou: "Eu mesmo não posso fazer Ohikari. Isto só foi permitido por deus à minha filha, que será a terceira líder. Naturalmente, os membros não podem fazê-los. Mas Okada-San (Meishu Sama) é uma pessoa especial. Procure, porém não aparecer muito".

Vendo assim confirmado o que eu lhe dissera, o jovem se convenceu e a questão foi encerrada.

Meishu Sama 5/10/1949 

fonte:http://www.meishusama.org